terça-feira, 9 de setembro de 2025
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Vou lá fora, venho já
sexta-feira, 29 de agosto de 2025
Polígrafo - The Materialists
Sei o que fumaste no Verão passado
[SPOILERS] Confesso que gostei da piada das Bahamas. Tenho de reconhecer também alguma coragem na resolução do mistério. Não é comum - aliás não me lembro de outro exemplo - uma personagem legado, herói dos dois primeiros filmes, passar a vilão. Fala-se deste fado para a Sidney do Scream há anos mas nunca aconteceu. E por alguma razão foi: uma reviravolta destas implica uma construção de personagem robusta, dedicada e que entrelace as costuras de quase 30 anos de ausência. Não é agarrar nesta imagem que temos de moço dedicado, que passou as passas do Algarve para salvar a sua chavala de um pescador doidinho, e agora simplesmente dizer que ele é mau. Teve muito tempo ao Sol. É uma traição a quem vem de trás e um ponto de interrogação para quem chegou agora. Um twist sem sentido nenhum, mal construído que fecha um filme aborrecidíssimo, onde as mortes - quando aparecem no écran - são frouxas, sem tempo, sem suspense. O original tinha aquela maresia de terra pequena, piscatória, com os seus elementos e personagens absortos num mistério credível. Esta sequela perde todo esse charme, atirando para primeira linha um grupo de gente gira e com potencial mas que vê todas as suas texturas, sombras, de interesse serem levadas pelas vagas orientadoras de 2025.
segunda-feira, 25 de agosto de 2025
A indignação é uma arma
Fui pedir o dinheiro de volta, claro. Mas o que é esta merda? Um filme que faz tudo bem? Uma obra viciante, com uma narrativa fragmentada e vibrante, sem truques de twists ou enganos que afinal não? Um puzzle de personagens com um elenco imprevisível e no topo da sua forma? Um mistério de verdadeiros sustos, frames icónicos e um monstro que entra direto para o panteão do horror? Mas o que é esta merda? É que se a moda pega começamos a sair da sala com aquela energia de ter vivido algo verdadeiramente único.
Não estamos sozinhos
[SPOILERS] A Pixar sempre foi mestra em referenciar outros filmes mas este adeus à Terminator 2 é entrada direta para o pódio. Que mimo. No exato clique em que o filme se equilibra, estabelece uma rota e usa todos os seus trunfos para um último ato vencedor. Todas aquelas parcelas de ficção científica que pareciam perdidas, a deambular numa primeira parte apressada, juntam-se em cenas inesquecíveis como a fuga dos detritos ou o sacrifício do Lord Grigon para salvar o filho. Um belíssimo e ternurento arranjo da expressão "we´re not alone". Porque de facto não estamos.
quinta-feira, 21 de agosto de 2025
Ep.14 - Upside Down/Patema Inverted
O adeus (im)possível
[SPOILERS] Chorei mais a morte de Kristin Scott Thomas no filme original, com 30 minutos em cena, do que a despedida de Luther, personagem recorrente neste 29 anos de Missões Impossíveis. 1996 transbordava charme, drama, espionagem. "Ah ela casou e ficou diferente", de facto. A saga decidiu dar o nó com Christopher McQuarrie. Aconteceu o mesmo com Harry Potter e David Yates ou 007 e Sam Mendes: séries que se querem episódicas, refrescantes e inventivas caem num fosso balofo e tarefeiro. Filmes maiores, mais pesados, mais ligados, sempre a comer, comer, comer (faturar, faturar, faturar). É trágico, e o que acontece neste The Final Reckoning é inexplicável. A primeira hora e meia opera na lógica saudosista do grande plano: um gigantesco vídeo de YouTube, com explicações, recapitulações e imagens das obras antigas a cada cinco minutos; personagens ou ligações a personagens clássicas tiradas do rabo, patetas, como o filho do Phelps ou o outro senhor que mora numa cabana gelada e casou com uma inuíte. Tudo conduzido por diálogos muito sérios, muito mal escritos, muito mal editados que quase desaparecem numa espécie de paródia sombra. Onde está o divertimento? Onde está a equipa? A unidade morreu, não há qualquer tipo de calor entre Hunt e seus/suas muchachos/as, é um preparar interminável de terreno para duas cenas igualmente intermináveis de "wow ele fez mesmo isto?". Se são incríveis e bem feitas? Claro que são, mas são objetos independentes, sem cordão umbilical a nada, sem nada verdadeiramente em jogo. Pode também ter a ver com o pobre vilão, com o plano vazio da entidade, com os problemas de produção, com a parte dois que já não foi, com o covid, com a morte da princesa Leia, com o preço das pipocas, com o que for, certo é que a saga não merecia de todo este adeus.
segunda-feira, 14 de julho de 2025
Hey buddy, eyes up here
Para o bem comum, não é (de novo) uma história de origem. Já tivemos de mamar com o tio Ben a morrer 329 vezes, mais uma dose de Clark na quinta podia de facto originar traumas "dia da marmota" irreversíveis. Assim é apanhar o voo, em andamento, naquele que é o Super-Homem mais falível, empático e humano de que me lembro. Esse triângulo Kent-Lane-Luthor, casa das emoções viscerais - sejam de amor ou puro ódio - é fantástico e onde o filme de facto respira. Veja-se a cena de diálogo do punk rock. Que se alia a uma voz, crítica feroz, descarada e corajosa dos nossos dias, chamando os macacos pelos nomes. O meu maior problema com esta aventura é - talvez por ser uma introdução de um reimaginado DCU - termos de percorrer um cortejo interminável de personagens, que fariam sentido numa lógica televisiva mas que aqui apenas desviam o foco do mais importante. Veja-se o pouquíssimo tempo de antena dado aos pais adotivos. Falta uma espinha dorsal. Porém esse lado falhado e gelatinoso também lhe confere um certo charme e levou-me para clássicos como Ghostbusters II, E esse sorriso na cara já ninguém me tira.
sexta-feira, 4 de julho de 2025
Revirar dos Olhos: Renascimento
Logo ao início, num museu, a personagem de Jonathan Bailey queixa-se de que o mundo perdeu o interesse nos dinossauros. Que os esqueceu. Quando li que Gareth Edwards ia pegar nesta saga pensei que ia conseguir reacender essa centelha de magia. Que poderia trazer de novo a escala, e acima de tudo o respeito. Vínhamos duma espécie de paródia onde o Starlord fazia gargaladas a um Dilophosaurus, valia tudo. Precisávamos da contemplação de Monsters e da natureza prática de The Creator. Mas se calhar precisávamos também de tempo: longe vão aquelas produções de anos, de cenários, de peripécias, de verdade. Este filme parece ter sido escrito de manhã, filmado ao almoço, editado à tarde e distribuído durante a ceia. O guião é um absoluto desastre, com diálogos palermas, fora de tempo e sem propósito. Péssima direção de atores. Há um momento em que duas personagens falam das pessoas que perderam, e a seguir riem muito (?) e nada disso volta a interessar. Outro exemplo paradigmático é o dinossauro bebé, a Dolores, que em qualquer obra competente teria uma função mais tarde na aventura. Nada. Estamos sempre a espera de uma ligação, de uma mudança, de um gancho. Porém o filme foca-se apenas no desiquilíbrio desinspirado de missão A, missão B, missão C, CGI, CGI, CGI, fim. Há flashes de Edwards - o monstro final nas sombras - e óptimas cenas de ação - a da jangada é memorável - mas depois temos toda uma ilha nova, com um novo tipo de ameaça, e parece que saímos como entrámos. Esquecidos e imaculados.
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We can live like Jack and Sally if we want Where you can always find me And we'll have Halloween on Christmas And in the night, we'l...
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Vindo de Marte, Miguel aterra na selva indiana para uma semana de descanso em cuecas. Rapidamente percebe que as panteras, os ursos, os lobo...